quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Sangue nos zóio


Há um muro
de olhos com sangue
concreto de orelhas
caindo aos pedaços.

Um muro cego
às minhas letras.
Um muro surdo
às minhas lamentações.

Uma barreira não intransponível,
mas eu quero me fazer visto,
quero me fazer ouvir.

Quero? Não...

Apenas me deixar passar
guardando os brincos e a água mineral
pra velha segunda festa –
aquela em que precisam das minhas palavras
escritas e faladas
num discurso de embelezar.


CRiga.

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